Governos inovam e se abrem à inovação cidadã
Abrir dados é apenas uma etapa de um vasto processo de incentivo à participação cidadã nas decisões e discussões governamentais. A urna não deve ser o único canal de manifestação da sociedade sobre os rumos de seu país, e alguns governos já perceberam a necessidade e a vantagem de adotar um comportamento mais aberto à inovação cidadã.
Colômbia, por exemplo, tem explorado ferramentas para impulsionar a aproximação entre governos e sociedade. Uma delas, a Urna de Cristal, é uma plataforma de participação cidadã em que é possível não apenas conhecer os avanços e resultados de políticas públicas, mas também manifestar inquietudes, dar sugestões e interagir com gestores estatais.
Outra iniciativa colombiana é o Centro de Inovação Social da Agência Nacional para a Superação da Pobreza Extrema. Em um cenário de mais de 30% da população em estado de pobreza, ele foi criado para que sejam geradas soluções inovadoras e sustentáveis que melhorem a qualidade de vida de quem vive nesta situação.
O centro é o primeiro criado pelo setor público na América Latina com o objetivo de desenvolver projetos de inovação social. Por meio de parcerias público-privadas e de metodologias abertas de participação, ele convoca a sociedade a contribuir para a resolução de desafios concretos relacionados à pobreza extrema. O centro identifica casos de inovação social exitosos e que sejam reaplicáveis e tenta criar um contexto favorável à inovação social através da identificação de barreiras e incentivos a estas ações.
Já no Brasil, o governo do estado do Rio Grande do Sul abriu um canal para a participação cidadã na gestão governamental com a criação do Gabinete Digital. O projeto oferece ferramentas para que a sociedade exerça mais influencia e controle social do Estado. Por meio de seu site, por exemplo, o governo faz perguntas sobre como melhorar algum setor de serviço público. De acordo com as respostas cidadãs, são priorizadas determinadas propostas. Também no Gabinete Digital, o cidadão pode enviar fotos e vídeos de obras públicas, fazendo um acompanhamento direto do que é ou não realizado.
Vem também do mesmo estado brasileiro uma das primeiras experiências exitosas de orçamento participativo da região. Na cidade de Porto Alegre, desde 1989, a população participa da decisão sobre o uso de parte dos recursos públicos em obras e serviços. O êxito da iniciativa foi reconhecido pelo Banco Mundial, o que fez com que ela fosse replicada em outras cidades do país.
No Panamá, foi criada a Autoridade Nacional para a Inovação Cidadã com o objetivo de modernizar o estado mediante o uso de novas tecnologias. Um de seus recentes projetos, o APP 311 Móvil, permite que qualquer cidadão reporte reclamações, inclusive com fotos, sobre serviços ou demais ações públicas.
Estas iniciativas são alguns exemplos que agregam ideias ao processo de Inovação Cidadã, que está aberto à participação de todos com o objetivo de projetar um futuro para Ibero-América em que o desenvolvimento e a inclusão social sejam alcançados em um trabalho conjunto de Estados, empresas, organizações e uma sociedade criadora de valor.
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