Onde vai a inovação social, e com quem?

Posted in - Cidadania & Inovação Cidadã @pt-pt en Fev 26, 2013 0 Comments

@pablopascale

Há já muito tempo que ao falar de inovação, referimo-nos à inovação tecnológica ou empresarial. No entanto, ultimamente a inovação social é um termo que começa aparecer mais nos motores de pesquisa web, programas de governo, objetivos de organizações não governamentais, e estúdios acadêmicos. Cada vez mais vai-se incorporando ao vocabulário da cidadania no seu conjunto.

E por que isso acontece?, que tem a inovação social que começou ser o centro de tanta atenção? Isto acontece porque está a começar a demonstrar do que é capaz, de encontrar rotas alternativas para gerar soluções novas a problemáticas sociais que o establishment não tem sido capaz de solucionar. A inovação social abre-se caminho numa época de profundas mudanças que se estão gerando em as nossas sociedades, onde os poderes econômicos e culturais estão movendo-se de norte a sul, de empresa a consumidor, e dos governos aos cidadãos.

A inovação social diferença-se da inovação de negócios, porque ésta última está motivada pela maximização do benefício econômico, enquanto a inovação social persegue a satisfação de necessidades sociais. Esto, a primeira vista, faz as duas formas de inovação muito distantes, incluso se poderia chegar a pensar que nada tem em comum. O qual tem sido certo, até que há uns 10 anos a inovação social começou a mudar.

A resolução de problemáticas sociais necessitou inovar-se, passar de um modelo “caritativo” a um modelo autosostenible, e começaram a incorporar-se dentro dos empreendimentos sociais as experiências de modelos de negocio que tinham resultado êxitosas no campo da empresa. A aplicação de ferramentas econômicas e financeiras rudimentares diu passo à aplicação de modelos de negócio inovadores que incrementaram a maximização de benefícios sociais.

Em inovação social cada vez mais as ideias funcionam como modelos de negócio, pero orientadas a maximizar benefícios sociais.

Existem exemplos paradigmáticos da aplicação de modelos de negócio à inovação social, tal é o caso dos micro créditos, ou os negócios sociais. Entre estes últimos temos, por exemplo a iniciativa do iogurte Grameen-Danone (ver o video). Esto, não deve confundir-se com a Responsabilidade Social Corporativa de empresas que procuram por certo percentagem dos seus benefícios econômicos a fines sociais. Agora, em lugar de procurar como agregar um componente social às empresas, algumas empresas criam-se estritamente para criar um bem social.

ConsumoE, a futuro onde poderemos esperar o maior surgimento de inovadores sociais? A crise econômica e financeira que se desatou há já casi cinco anos nas economias desenvolvidas, gerou um deslocamento do crescimento aos “margens” da economia. Agora, o crescimento econômico mundial é possível pelo desenvolvimento de economias emergentes como China, Brasil, México, India, Sudáfrica o Nigeria, que vêm incrementadas as suas classes meias. Dentro de 20 anos, os mil milhões de cidadãos de classe meia das economias desenvolvidas, se verão superados pelos très mil milhões nas economias emergentes, segundo estúdio da OCDE.

Na economia do amanha, as classes meias de estos países serão uma nova força no cenário internacional e os principais agentes inovadores econômicos, sociais e culturais. De modo que, Ibero-América posiciona-se como uma das regiões sementeiras de inovação social.

Mas o poder futuro da inovação social não reside unicamente na incorporação de modelos de negocio para benefícios sociais, sem não também na utilização de tecnologías 2.0 e meios digitais. A inovação social tradicional, está a dar passo a uma “inovação social participativa”, onde o processo inovador de produção de soluções começa a ser colaborativo e aberto à participação pública.

Neste novo cenário, os inovadores sociais transformam-se em agentes de contrapoder aos negócios globais de  maximização de benefício econômico, fazendo partícipes no processo inovador de melhora do bem-estar social a cidadãos e consumidores.

 Conscientes da importância que esto tem para as nossas sociedades, da Cidadania 2.0 iniciamos uma línea de ação para fomentar a inovação social participativa em Ibero-América, como uma área fundamental de trabalho com governos, redes digitais, sociedade civil e academia. Contamos com você!

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